Ela dizia coisas incríveis. Sabia que sol faz a sua lua ser
inteira. Notava em que marte deixava sua vênus ciumenta. De tudo ela
compreendia. Bastava bater. Bater o olho e ver. Sim, ela já sabia o que te
dizer. Todos se encantavam. Todos admiravam. Mas no espelho ela não sabia se
ver.
Claro! Como poderia ser. De frente pro espelho, ela era tudo
o que ela não conseguia ver. Olhava o rosto, pele, erupções, pêlos e
condenações. Olhava o cabelo, seco, indefinido e sem determinação. Olhava o
corpo, formas, desformas, sobras e imperfeições.
Ela fecha os olhos, e caminha por dentro. Medos,
inseguranças, incertezas e paralizações.
O mundo de tão grande, não a encontrava. E a vida de tão
pequena, não se encaixava.
Onde poderia ir? De onde poderia vir?
Nada lhe respondia. Outra dela não aparecia.
Mas ela dizia coisas incríveis. Sabia que aries não podia
com escorpião. Que aquela menina não saberia cuidar do garotão. Que por ser
geminiano ele não conseguiria seguir um padrão. E que na verdade, a verdade ela
não sabia não.