segunda-feira, 2 de março de 2015

Uma crônica lógica que mente

Ela dizia coisas incríveis. Sabia que sol faz a sua lua ser inteira. Notava em que marte deixava sua vênus ciumenta. De tudo ela compreendia. Bastava bater. Bater o olho e ver. Sim, ela já sabia o que te dizer. Todos se encantavam. Todos admiravam. Mas no espelho ela não sabia se ver.

Claro! Como poderia ser. De frente pro espelho, ela era tudo o que ela não conseguia ver. Olhava o rosto, pele, erupções, pêlos e condenações. Olhava o cabelo, seco, indefinido e sem determinação. Olhava o corpo, formas, desformas, sobras e imperfeições.

Ela fecha os olhos, e caminha por dentro. Medos, inseguranças, incertezas e paralizações.

O mundo de tão grande, não a encontrava. E a vida de tão pequena, não se encaixava.

Onde poderia ir? De onde poderia vir?

Nada lhe respondia. Outra dela não aparecia.


Mas ela dizia coisas incríveis. Sabia que aries não podia com escorpião. Que aquela menina não saberia cuidar do garotão. Que por ser geminiano ele não conseguiria seguir um padrão. E que na verdade, a verdade ela não sabia não.