O escuro permite...
Que a minha boca fique úmida;
Que as minhas mãos permaneçam firmes;
E que meu corpo morra quente.
Respiro, profundamente;
Buscando uma definição.
Não saio da inércia!
Estou entregue..
À sua boca firme;
Às suas mãos decididas;
Ao seu corpo nú.
Respiras, buscando o alivio;
Da tensão.
da intenção;
do tesão permissivo deste escuro.
Escuto sua relutância, ofegante!
Imagino seu olhar..
Consumindo minha vontade;
Destruindo sua seriedade;
Me ponho aos seus pés,
Buscando seu corpo.
Como quem busca a paz!
Então
Emudeço o meu silêncio;
Repouso o meu cansaço em sua pele efervescida pelo desejo.
Solto um murmúrio;
“me queime”
Solto um grito;
“DILACERE-ME”
Seu corpo responde em meu corpo.
E uma força gutural desfaz em nós um gemido submisso.
Estamos presos!
Estamos encarcerados!
Estamos sufocados!
Por esse crime cinestésico.