quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

escuro


O escuro permite...


Que a minha boca fique úmida;

Que as minhas mãos permaneçam firmes;

E que meu corpo morra quente.


Respiro, profundamente;

Buscando uma definição.



Não saio da inércia!

Estou entregue.. 

À sua boca firme;

Às suas mãos decididas;

Ao seu corpo nú.



Respiras, buscando o alivio;

Da tensão.

da intenção;

do tesão permissivo deste escuro.



Escuto sua relutância, ofegante!



Imagino seu olhar..

Consumindo minha vontade;

Destruindo sua seriedade;



Me ponho aos seus pés,

Buscando seu corpo.

Como quem busca a paz!



Então



Emudeço o meu silêncio;

Repouso o meu cansaço em sua pele efervescida pelo desejo.



Solto um murmúrio;

“me queime”

Solto um grito;

“DILACERE-ME”

Seu corpo responde em meu corpo. 

E uma força gutural desfaz em nós um gemido submisso.



Estamos presos!

Estamos encarcerados!

Estamos sufocados!



Por esse crime cinestésico.